Mata Fechada

O corpo e o coração da floresta, aqui se encontram seres amigáveis e outros nem tanto. Dizem que alguns Druidas vivem por aqui. O lugar consiste numa mata em várias partes densa e quase inatingível. As árvores são longas e por lá corre um pequeno riacho, que mais à frente se tornará o Rio Senne.

Dentro da escura floresta, Incubus se preparava para sua jornada, seguindo as recomendações de seu mestre Thrall, ele deveria encontrar Cairne na capital de Hígia, Teraglin, mesmo sem saber como faria aquilo e mesmo duvidando de como Cairne poderia ajudá-lo, Incubus parte do que fora seu lar durante 10 longos anos.

"Você irá reconhecê-lo facilmente, todo tipo de criatura vive em Teraglin, mas Cairne é como nós, procure-o proximo ao bosque Daenyc, com certeza irá encontrá-lo..." e essas foram as últimas palavras ditas pro Thrall antes de Incubus sair com determinação em seus olhos.

"Tenho que descobrir sobre meu passado, tenho que saber mais sobre o que ocorrera a mim, porque tenho esses acessos de loucura e porque vivo pensando em coisas que nunca vi em minha vida?"

Absorto em seus pensamentos, Incubus nem percebera o que se aproximava perto dele na mata fechada de Reisen...

Incubus ao ver aquela dócil garota sentiu-se apreensivo, nunca vira nenhuma criatura daquela em sua conhecida floresta. Sentindo um pouco de ansiedade, mas mantendo o sangue frio como sempre, ja ia falar com a pequena garota.
Mas o que não esperava é de que teria um de seus acessos de loucura naquele momento, e totalmente envolto na sua própria cabeça, perguntou sem pensar:

"Quem é você? Saia da minha floresta ou terá que acertar comigo..."

Pouco tempo se passou desde que Incubus proferira as palavras, mas tempo suficiente para que a ausência de resposta o enfurecesse e confundisse sua cabeça, já que estava naquele estado lamentável.

A menina não respondeu, apenas caminhou lentamente até chegar bem perto do centauro e estendeu a mão para frente, em sua direção. Sua feição mantinha-se séria e calma.

- Você não respondeu moço, o que quer por aqui?

Tombou um pouco a cabeça e então cerrou o punho com certa força. Naquele instante, mais uma rajada de vento, desta vez mais forte, correu na direção do centauro. A garota sorriu e saltou para trás. Levantou o báculo acima de sua cabeça, na horizontal e fechou os olhos.

- Não vai passar tão facilmente daqui, moço, se não me responder.

"Eu quero é destruir você que fica obstruindo a passagem para a minha jornada"

Nesse mesmo instante, Incubus sacou seu arco e preparou sua flecha, mas, antes de atirar, foi correndo para trás para se distanciar do seu alvo, técnica de um bom arqueiro. Incubus também preparou sua flauta caso precisasse entoar sua melodia. Virando-se para a direção da garota, atirou sua primeira flecha...

Não aguentou, a menina começou a rir. Viu o centauro saltar para trás e então notou, ele realmente não falaria. Continuou sorridente e calma, na mesma posição.

Quando notou a primeira flecha em sua direção, apenas baixou o báculo, girando-o frente a seu rosto, fazendo ricochetear a seta que veio em sua direção. Agora sim seu rosto estava sério de verdade. Era capaz de demonstrar uma grande frivolidade.

- Minna, Minna Hunes. Lembre-se.

Saltou bem alto e, com a mão esquerda, segurou um galho, ficando dependurada. Sussurou algumas palavras antigas e logo o báculo emanou um pequeno brilho. O ar parecia mais pesado para Incubus então, e a menina, que balançava as pernas para movimentar o corpo, parecia só fazer piorar aquela sensação.

Citação :

Atributos:
Força: 3 (_)
Ap. Mágica: 6 (+1)
Agilidade: 5 (+1)
Vitalidade: 3 (_)
Destreza: 3(_)
Precisão: 2 (_)

Incubus sentindo o ar pesando em sua volta e tornando-se rarefeito resolveu correr para longe daquela parte da floresta. Mesmo por dentro acreditando que a estranha garotinha poderia alcança-lo no momento em que quisesse, mas como não estava pensando direito, foi correndo com sua poderosa forma física o mais longe possível, sem olhar para onde estava indo...

"POR FAVOR NÃO!!!!!!!"
Era uma das pucas vezes na vida em que Incubus implorou, não sabia se vinha por causa da grande rajada de vento que sentiu formar ou se era por causa de sua mente voltando à lucidez e se lembrando de alguma coisa do seu sombrio passado. Tentou se esconder atrás de uma árvore e cobria seu rosto com as mãos como se fosse adiantar alguma coisa, não sabia se conseguiria, seu corpo estava muito pesado com pouco ar...
"Eu vou sobreviver, tenho que sobreviver" pensou.

Incubus agora sentia-se meio frustrado, quem era aquela garota? Por que ela queria brigar com ele? Não se lembrava do que acontecera há algum tempo, precisava de uma certa ajuda. Sentiu-se também envergonhado por ter agido de forma tã covarde, nunca fora assim, e não continuará sendo.
Sentindo raiva pelo sarcasmo da garotinha, atirou uma flecha ao acaso, o objetivo não era acertá-la, e sim, distraí-la, não sabia se daria certo, mas ja começara a se lembrar das notas de uma canção que fez desistir os mais bravos Hérois, Hero's surrender...

"Tenho que distraí-la de alguma forma, assim as setas perderão sua força, assim penso"

Incubus mesmo vendo aquilo vindo em sua direção. sacou sua flauta e começou a produzir melodias confusas, na tentativa de desconcentrar a pequena garotinha, sabia que não era ágil o bastante para desviar, então usara de sua inteligência. Mesmo não sabendo se já havia distraido emendou naquelas melodias a hero's surrender...

[mp: 27/35, favor atualizar ficha]

Minna olhou para Incubus, afinal, que música era aquela? Pareceu ter saído de si, tão lerda como ficou, chegou até a se esquecer das setas. Mas ainda sabia, tinha uma luta a vencer. Porém, seu ataque fora desviado, e, ao invés de mirar nos joelho do centauro, foram incertas, para cima, talvez na agora, na direção do rosto do centauro.

Minna sentou no chão e ficou ali, olhando para a copa das árvores, quieta e calma, cantarolando.

- Centauro-san - disse virando o rosto para Incubus - Porque tá fazendo isso?

Dizia de forma tão inocente, que não parecia apresentar nenhuma ameaça, era apenas uma criança.

Não sabia se a garotinha estava fingindo ou se havia verdade em suas palavras infantis, Incubus não sabia direito o que fazer, ainda tocando sua música, tentou se aproximar dela, não atacaria se ela continuasse parada ali, distraída, a garotinha agora lhe parecera tão docil, e não um dragão como realmente é.

Tentou se aproximar da garotinha e tirar o báulo de suas mãos, seria uma preocupação a menos se ela não fizesse nada, não queria matá-la, era muito jovem e dócil mesmo que quisesse matá-lo, mas atacaria se ela tentasse atacá-lo

Enquanto a música, melodia de Incubus, se dissipava no ar, aquela pergunta entrou na cabeça do centauro e não queria sair, ficava dentro de sua cabeça como se estivesse rodando, rodando e rodando...

"Quer ficar forte? Quer ficar forte? O que ela queria com essa pergunta? Seria uma armação?" Pensou o centauro.

Incubus olhava fixamente para a garota, numa expressão de incredulidade, e dentro do seu peito afloravam dúvidas, o clima da floresta já não pesava mais e Incubus sabia que a garotinha influenciava o vento a seu favor, agora soprava, não sabia, em um tom de verdade...

Fechou os olhos e não tendo certeza da resposta que viria em seguida, falou para a pequena garota:
"Como você me fará forte, pequeno dragão?"

O sorriso de Minna contagiava o centauro, já se esquecera de que estava em batalha há pouco, mesmo ele, Incubus, que sempre fora um ser muito frio e reservado, sorria junto com a garota, em um sorriso meio fechado, do jeito que preferia.

Pensou, relutou em seus pensamentos, nunca responderia sem pensar muito bem, era perceptível a veracidade nas palavras da garota, mas, ficava em dúvida, Minna era uma garota esperta, se quisesse enganá-lo, o faria sem muita dificuldade. Enfim, depois de relutar no mesmo assunto em sua cabeça, segurou a mão da garota e falou:

"Grande Minna, se puder ficar forte como você é, ficarei honrado de aprender o máximo que puder"

O vento ja era mais calmo naquela parte da floresta, parecia até mesmo que as árvores ficaram mais tranquilas, o clima tenso de batalha havia acabado, aqueles dois pareciam até mesmo dois amigos...

A garota balançou a mão do centauro, num gesto de cumprimento. Olhou-o desta vez, séria e ao soltar a mão do centauro, virou-se para trás.

- Siga-me. - Disse enquanto andava floresta a dentro - Qual seu nome?

Parecia despreocupada. Caminhou por cerca de vinte minutos, pela floresta, até chegar a uma clareira que, diferente do restante da floresta, era clara e arejada. Haviam lebres e pássaros no chão, que a menina fez questão de assustar, ao chegar correndo. Sentou-se no chão e mirou Incubus, agora, sorridente.

- Então, gosta de magia?

[HP: 58, EXP: 100 =)]

"Sou Incubus"
Foi o que disse antes de entrar na floresta seguindo a pequena garota, passava por árvores conhecidas, mas tinha impressão de que nunca estivera ali antes, a floresta parecia mais silenciosa naquele pedaço que nos outros lugares, até que alcançaram uma clareira, estava muito distraído até ouvir a pergunta: "Então, gosta de magia?"

Não demorou a responder essa pergunta já que se não se tratava de decisões e sim de uma coisa que acontecia em sua vida, tinha sim uma certa afinidade com magia, respirou e falou:

"Sim, gosto muito, tenho um pouco de facilidade com a magia..."

Um silêncio veio após essa frase, não sabia o que a pequena garota ia falar, mas sabia que aquilo poderia mudar muita coisa em sua vida...

- Isto é bom. - Mirou os céus por um instante - E se pudesse fazer grandes magias, qual caminho escolheria?

Minna se levantou e andou em circulos pela clareira, com a mão direita à altura do rosto e os olhos fechados.

- Fogo... Terra... Luz... - parou um instante e recomeçou a falar pausadamente - Água... Ar... Trevas...

Abriu os olhos e mirou Incubus.

- Qual você escolheria, Incubus?

Não entendia os movimentos que Minna fazia, andava pela clareira em circulos sem parar...

"fogo, terra, luz, água, ar e trevas... Qual dessas me interessava mais, o que atraia mais a minha atenção?" pensou o centauro

O centauro pensativo olhava para a garota em seus movimentos repetitivos na clareira e imaginava qual das áreas de magia lhe interessava mais, já vira os movimentos de Minna dominando o ar, sabia que era bem forte nesse aspecto. Não queria se envolver com magias sombrias, não gostaria de se corromper para o lado das trevas.
Ergueu a cabeça seriamente e disse para a pequena garota:

"Eu escolheria o ar, trabalho com arco e flechas, o ar seria muito útil em meus ataques, o AR com certeza..."

A pequena abriu um largo sorriso. Pegou o báculo que se encontrava no chão, perto do centauro e então mirou-o com seriedade por um instante.

- E o que pretende aprender com magias do elemento ar?

Virou-se para trás e olhou para Incubus por cima do ombro, após ouvir a resposta do mesmo.

- E será que... - arregalou os olhos - será que o AR te aceita como seu servo?

Dito isto, saltou com o báculo na mão direita e, ao cair, fincou-o no chão. No mesmo instante, uma grande quantidade de vento, vinda de todas as direções circunadaram Minna e seu báculo, e com um gesto da mão da garota, foram na direção de Incubus.

O centauro não iria conseguir ver corretamente, visualizando apenas alguns borrões. Também sentiria um pouco de falta de ar e pressão, como se algo o estivesse comprimindo. Ficaria um pouco sem equilíbrio, mas nada muito inconveniente.

- Vença-o, e prove para o AR que você tem a capacidade de controlá-lo. - disse a garota com a voz séria